Atualidades para Concurso 2017: o Meio Ambiente

Atualidades para Concurso

Estamos de volta com o nosso especial sobre atualidades para concurso, onde estamos tratando ponto a ponto cada um dos tópicos desta disciplina que atravessa todas as provas de um concurso público.

Já tratamos aqui do seguintes temas:

Hoje vamos tratar de um tema bastante complexo, mas de suma importância para qualquer candidato a concurso público: a questão do meio ambiente.

Cada vez mais as provas de concurso vêm se preocupando com temas como a sustentabilidade, preservação da natureza, poluição e por aí vai.

Aqui você vai ter uma passagem relativamente ampla, de acordo com os últimos acontecimentos da atualidade.

Vamos lá!

As Leis Ambientais e a impunidade

Atualidades para concurso - Meio Ambiente
O desastre de Mariana. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O ideal neoliberal, presente cada vez mais em todo o mundo, reafirma a noção de que os recursos naturais são meramente matéria prima para a indústria.  O consumo desenfreado não está só presente em grandes escalas industriais, mas também nos hábitos individuais.

No dia 5 de novembro de 2015, uma barragem da mineradora Samarco (controlada pela Vale e BHP Biliton) rompeu. Cerca de 32 milhões de m³ de minério de ferro altamente contaminante, (equivalente a 20.000 piscinas olímpicas de rejeitos), invadiram rios e municípios.

Além disso, o composto de óxido de ferro, água e lama matou toda a superfície vegetal que encontrou, já que se transforma em uma espécie de pavimentação que impossibilita, também, que a natureza se recupere. 700 km de curso de água também foram afetados, principalmente o Rio Doce.

Segundo comunicado da Organização das Nações Unidas (ONU), um ano depois da tragédia, as medidas tomadas pela empresa podem ser classificadas assim:

“São simplesmente insuficientes para lidar com as massivas dimensões dos custos humanos e ambientais decorrentes desse colapso, que tem sido caracterizado como o pior desastre socioambiental da história do país”

Fonte: ONU

O Ministério Público Federal apontou 22 pessoas das empresas responsáveis pela barragem.

Eles responderão por crimes de inundação, lesão corporal, desabamento e crimes ambientais, além de homicídio qualificado com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Entretanto, ainda são necessárias medidas preventivas que impeçam que tais eventos ocorram.

O Relatório de Segurança de Barragens 2015 aponta que das 17.359 barragens cadastradas na Agência Nacional de Águas (ANA), apenas 4% foram fiscalizadas.

Segundo o órgão, as 43 unidades fiscalizadoras não dão conta de atender toda a estrutura. E mesmo assim, a barragem de Fundão, vinculada ao desastre de Mariana, tinha sido classificada como categoria de baixo risco e alto dano potencial associado pelo Departamento de Produção Mineral (DNPM), vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

O Relatório do Tribunal de Contas da União, de setembro de 2016, confirma que o DNPM não foi capaz de fazer a Samarco cumprir os padrões exigidos pela Política Nacional de Segurança de Barragens, a Lei 12.334/2010.

Enquanto o desastre de Mariana (MG) avançava pelo país, junto com a lama, o projeto, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), de flexibilizar a concessão de licença ambiental para grandes obras no país, foi aprovado.

A licença, que era dada em um tempo médio de cinco anos, passou a ter o prazo de 180 dias, diminuindo a burocracia e também a segurança das obras.

Atualidades e Meio Ambiente
O Senador Romero Jucá

Por pressão, as obras de mineração ficaram fora do documento, mas os sistemas aeroviário, viário, hidroviário, ferroviário, de portos, instalações portuárias, telecomunicações e energia ainda se beneficiam.

A lei já não era severa em relação às causas ambientais.

Segundo relatórios do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), de cada 100 reais de multas que o órgão aplica aos que infringiram regras ambientes, desde 2011, menos de três reais entram nos caixas do Governo Federal.

As empresas encontram subterfúgio em diversos recursos judiciais e a lentidão do maquinário jurídico para finalizar os processos proporciona que muitas (a maioria) saiam impunes.

Consumismo e Meio Ambiente

Consumismo

Entretanto, o ambiente não é vítima somente das grandes indústrias e da impunidade do judiciário. O problema também está presente a nível individual de consumo.

Reservas hídricas mundiais podem encolher 40% até 2030, segundo relatório da ONU. Além disso, nos últimos 20 anos, o aumento do consumo de água foi o dobro do crescimento da população e deve aumentar ainda mais, cerca de 55%, até 2050.

O consumo se estende até os níveis mais sutis. Nos relacionamentos amorosos, fica visível, em aplicativos de paquera, o quanto o outro pode ser produto de consumo.

Zygmunt Bauman aponta para isso em “Amor líquido”, nossas relações deixam de ter solidez, o parceiro ideal nunca é a versão que mais pode nos trazer benefícios. Assim como trocamos de celular com rapidez, em busca de um modelo mais tecnológico, trocamos as nossas relações.

No cinema, percebemos que, por mais que neguemos a consciência de nossos hábitos, ainda guardamos a responsabilidade das consequências. Filmes com temáticas apocalípticas, de desastres em grande massa revelam a nossa pergunta: afinal, até quando a natureza será indulgente?

Aquecimento Global

Atualidades para Concurso

Segundo a ciência, não por muito tempo. A emissão de gases do efeito estufa, através do desmatamento, incêndios florestais e queima de combustíveis fósseis, reforça o aquecimento global e as mudanças climáticas.

As comunidades internacionais já fizeram acordos de comprometimento da redução dos gases, como o “Acordo de Copenhague”, em 2009, “Acordos de Cancun” em 2010. Antes deles, a “Cúpula da Terra” foi responsável pela Conferência Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), em 1992.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) passou a fornecer informações mais claras sobre o assunto, ele foi criado em 1988, pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

O protocolo de Kyoto, da convenção de 1997, apontou metas de redução de emissões aos países industrializados.

Apesar do protocolo e dos acordos, a emissão de gases em todos os países vem aumentando, tanto os desenvolvidos como os em desenvolvimento. Em 2005, a intensidade do furacão Katrina, nos Estados Unidos, ocorreu, principalmente, por causa da elevada temperatura das águas no Golfo do México.

Veja um breve vídeo de apenas 2 minutos falando um pouco sobre o Aquecimento Global:

Outra consequência do aquecimento global é o degelo de geleiras, principalmente na Antártida, Groenlândia, Ártico e cordilheiras. É este o fenômeno responsável pela mudança de temperatura dos oceanos e pela mudança do nível do mar, e que afeta, em primeiro lugar, a biodiversidade marinha.

Também podemos perceber, como consequência, a desertificação, e a mudança na pluviosidade em diversas regiões. Escassez de água, em determinados locais, e abundância em outros, contribuindo para cheias, furacões, tempestades, mudanças de ecossistema e redução da biodiversidade.

Segundo suplemento do Boletim da Sociedade Americana de Meteorologia, liderado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) e pelo serviço meteorológico britânico, o Met Office, a influência humana intensificou o risco de eventos extremos.

Entre eles, o trabalho aponta a diminuição do gelo marinho no Ártico, a seca na península Ibérica, a tempestade Sandy, e a intensidade da chuva na Austrália e Nova Zelândia.

Apesar das evidências e estudos, alguns cientistas apontam que o aquecimento global é uma farsa voltada para fins econômicos e políticos.

Segundo Ricardo Augusto Felício, doutor em climatologia da Universidade de São Paulo (USP), a ideia de aquecimento global está relacionada a um conceito científico infundado. Ele afirma que o CO2 não é o maior vilão do fenômeno, e que as geleiras não são todas mapeadas para se dizer de forma generalizada que estão derretendo.

Além dele, Rauf Galiulin e Vladimir Bashkin, cientistas russos, defendem que o planeta está entrando em uma nova era glacial e que o aquecimento global foi criado como conspiração para desacelerar o consumo de gás natural, carvão e petróleo, controlando assim o preço dos combustíveis.

Entretanto, as temperaturas continuam subindo e alarmando a população.

No Brasil, as pesquisas apontam cenários extremos, consequentes das mudanças climáticas:

  • Incêndio em florestas (a preocupação é principalmente com a Floresta Amazônica);
  • Diminuição da biodiversidade de fauna e flora, afetando ecossistemas;
  • Aumento de tufões e furacões em Santa Catarina e Paraná;
  • Desertificação de regiões, como Nordeste; e intensificação de chuvas em outras, como Sudeste;
  • Além de inundação de regiões praieiras, com o aumento do nível do mar.

Segundo o Greenpeace, as principais medidas que devem ser adotadas para frear o aquecimento global são:

  1. Zerar o desmatamento no mundo
  2. Conservar os oceanos
  3. Incentivar a produção de novas energias
  4. Investir em política energética renovável.

As fontes de energia renovável

Energias Renováveis

As fontes de energias renováveis são aquelas que não se esgotam na natureza, algumas podendo até proporcionar uma “energia mais limpa”, que não se utilize da emissão de gases na atmosfera. As principais são:

Energia eólica

A partir de cata-ventos, trabalha-se a força dos ventos nas hélices para a produção de energia.

Um aspecto ruim é que depende do deslocamento das massas de ar que não é constante no mesmo local durante o ano todo.

Energia solar

Pode ser usada através de placas voltaicas, convertendo a radiação solar em energia elétrica; ou em termoelétricas, convertendo a água em vapor, sendo que este gera movimento e aciona as turbinas.

Energia hídrica

Utiliza-se do movimento das águas para gerar eletricidade.

Apesar de ser menos poluente que as energias advindas da queima de combustível fóssil, ela ainda traz prejuízos ambientais, tanto aos rios, por desvio de curso da água e inundação de áreas naturais.

Além disso, possui emissão de dióxido de carbono através da decomposição da matéria orgânica que se acumula nas áreas alagadas (que também afeta a biodiversidade do ambiente aquático).

Energia geotérmica

Através de dutos, utiliza-se do calor interno da terra (quando ele se manifesta em áreas perto da superfície) para transformar o vapor em movimento que aciona as turbinas.

Para reaproveitamento, o vapor volta depois para a forma líquida, reiniciando o processo.

Tal energia demanda um alto custo para instalação e manutenção, além de emitir gases poluentes e, em alguns casos, até poluir o solo com elementos químicos.

Energia de ondas

Aproveitamento da energia do movimento das ondas para a produção de energia.

Energia de marés

A barragem capta a água durante a maré alta, e, durante a maré baixa, a libera. A liberação da água é utilizada para gerar movimento que ativa as turbinas.

Energia de biomassa

Utiliza-se de material de origem vegetal para produzir energia.

Uma curiosidade… Veja no vídeo a seguir, de 1 minuto, como a Alemanha e Portugal estão trabalhando com as energias renováveis:

***

Já os combustíveis fósseis não são renováveis, pois são originados da decomposição de organismos animais e vegetais durante milhões de anos, tempo em que ficam sob pressão, em camadas profundas do solo ou do fundo do mar.

Os principais são:

  • Petróleo
  • Gás natural
  • Carvão.

Quando queimados, liberam gás carbônico e água, agravando o efeito estufa. Tais combustíveis começaram a ser usados em grande escala na Revolução Industrial.

A importância da conscientização

Atualidades: Meio Ambiente

Por mais que o efeito das indústrias e as formas de geração de energia causem grandes impactos no ambiente e reforcem o aquecimento global, é importante percebermos que eles não são a matriz do problema, e sim uma de suas ramificações.

É o ideal de produção e desenvolvimento a todo o custo que faz com que optemos por degradar o ambiente que nos sustenta.

Devemos nos perguntar por que estamos confortáveis em nosso consumo excessivo, mesmo que ele nos aponte diariamente ser o responsável pela morte de seres vivos e pela destruição de ambientes.

É importante nos tornamos conscientes de qual é a verdadeira origem da questão, porque fica mais claro que ela é possível de ser alterada também na micropolítica, em nossas ações individuais, ao optarmos por veículos menos poluentes, ao escolhermos a reciclagem, a economia de água e energia.

Não olharmos para os excessos nos responsabilizará pelas faltas futuras.

Mas mais do que isso, devemos perceber que sua causa perpassa também o ideal de nossa época, e que assim, cria raízes em tantos outros locais que não dizem respeito à produção. Já chegou ao nosso olhar sobre o mundo e sobre aqueles com quem nos relacionamos.

A responsabilidade mais dura é aquela que mostra que também somos cúmplices das consequências daquilo que deixamos de fazer.

Talvez seja exagerado dizer que somos cúmplices do que aconteceu em Mariana, mas depois do desastre, se não fizermos nada, seremos responsáveis por outros incidentes. Não tomarmos parte em exigências perante a frouxidão das leis ambientais, negando nosso papel de cidadania, também nos faz culpados.

O neoliberalismo transforma tudo em produto, mas vai além, também cria padrões de existência que não conseguem ultrapassar os limites individuais. Assim, nos cegam sobre as nossas responsabilidades perante o ambiente e o outro.

Em uma propaganda de conscientização, o Greenpeace usa do impacto da frase:

Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que dinheiro não se come.

Greenpeace

Porém não precisamos chegar ao limite extremo para tomarmos consciência.

A lógica de consumo desenfreado já mostra suas consequências, ainda que muitos tentem negá-las.

Sustentamos um sistema que não se sustenta, e que logo mais não nos sustentará, pois põe em risco a nossa própria vida, e em prol do desenvolvimento econômico, que sequer é bem repartido entre a população.

Alguns links de atualidades para aprofundar este tema

O que aprendemos neste artigo

Hoje estudamos um pouco de atualidades para concurso em relação ao tema Meio Ambiente. Vimos os problemas enfrentados para a preservação na natureza e suas possíveis soluções.

No final, oferecemos algumas dicas de conteúdo complementar para você aprofundar os estudos.

Agora preciso de você!

Agora que finalizei mais este artigo, gostaria muito que você deixasse um comentário dizendo o que achou dele.

Pra mim, é fundamental ter sua opinião e participação. É a grande motivação para continuar publicando aqui.

Faço questão de ler cada comentário e responder na primeira oportunidade possível.

Até a próxima!

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