Atualidades para Concurso 2017: terrorismo e Oriente Médio

Terrorismo

Saudações, concurseiro! Como vão os estudos? Pronto para estudar atualidades para o seu concurso público? Hoje nosso tema será terrorismo e Oriente Médio.

Antes de iniciarmos, gostaria de lembrar o quanto o estudo de atualidades é importante para o seu concurso.

Trata-se de uma disciplina que está distribuída em todas as provas, recebendo espaço especial em muitos conteúdos programáticos Brasil afora.

Por isso, dê real importância a estar antenado aos assuntos que influenciam o mundo na contemporaneidade.

Veja os guias de atualidades que já publiquei aqui:

Agora vamos analisar os fatores que influenciam e geram o terrorismo e os elementos culturais e políticos do Oriente Médio.

Esse é um assunto muito presente em diversos editais e conteúdos programáticos.

Vamos lá!

O 11 de setembro

Atualidades Terrorismo

No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões colidiram com as Torres Gêmeas do World Trade Center e parte do Pentágono, sede do departamento de defesa dos EUA, em Nova York, matando cerca de 1.595 pessoas.

Segundo a versão mais difundida, o atentado foi feito por Osama Bin Laden e a Al Qaeda, grupo extremista.

A tragédia motivou reforços de medidas de segurança em vários países contra atentados terroristas.

Relembre o 11 de setembro neste vídeo:

Os Estados Unidos criou o Departamento Segurança Interna para trabalhar em medidas antiterroristas. O governo federal passou a ter mais poder, a partir do USA PATRIOT Act. Ele previa ações como: deter estrangeiros por uma semana, se forem suspeitos de terrorismo, mesmo que não haja acusação; monitorar telefones e computadores de suspeitos.

A Administração Federal de Aviação (FAA) autorizou a presença de oficiais do governo em voos. São eles também os responsáveis pela segurança dos aeroportos, que passou a ser mais rigorosa.

A ideia de patriotismo passou a ser mais difundida pelos meios de imprensa e televisão, e mais absorvida pela população. Não só a do país, mas a mundial, já que o cinema norte-americano é referencial em todo mundo e sempre ressalta a figura do estadunidense como herói, o bom moço.

Por outro lado, o estereótipo do terrorista, vinculado à figura do mulçumano, motivou vários crimes de ódio.

Não tão difundido pela imprensa, entre os dias 11 e 17 de setembro, 645 incidentes de preconceitos contra americanos do sul da Ásia ou Oriente Médio foram reportados, como incêndios, assaltos, tiroteios, perseguições, vandalismo e ameaças.

Vigilância Norte-Americana

Vigilância - Atualidades Terrorismo

A figura do terrorista reforçou os sistemas de vigilância americana, levando Edward Snowden, ex-administrador de sistemas da CIA (Central Intelligence Agency) e ex-contratado da NSA (National Security Agency), a declarar para o mundo, em junho de 2013, por meio dos jornais The Guardian e The Washington Post, que as agências em que trabalhava espionavam cidadãos comuns por todo o mundo, através de celulares e computador, sem a necessidade de um bom motivo, em uma espécie de “vigilância global”.

Snowden afirmou em entrevista à jornalista Sônia Bridi:

A gota d’água, para mim, foi quando vi James Clapper, diante do Congresso americano – o diretor da Inteligência Nacional, uma espécie de comandante geral dos espiões dos Estados Unidos, o meu chefe, por assim dizer -, levantar a mão e jurar dizer a verdade ao Congresso, na TV, diante do povo americano, e perguntaram a ele:

‘Os Estados Unidos reuniram qualquer tipo de registros de centenas de milhões de americanos?’.

E ele disse que não. Mas eu sabia que era mentira, porque eu tinha acesso aos sistemas que faziam exatamente isso.

O mais incrível foi que o congressista que fez a pergunta também sabia que era mentira, e todos os membros da comissão que o estava interrogando também sabiam que era mentira. Mas não corrigiram o registro nem pediram que ele retificasse sua declaração.

Só deixaram passar. E esse é o ponto central. Se as autoridades mais graduadas não têm que se justificar, se podem mentir e abusar de seu poder sem enfrentar consequências, isso incentiva esse tipo de comportamento e temos um governo cada vez mais perigoso, não só para os indivíduos e para a privacidade, mas para o conceito de liberdade.

Quando pensamos nas revelações do ano passado, não é uma questão de privacidade, é uma questão de liberdade.

Snowden afirma que muitas pessoas dizem não se importar de ter seus dados acessados, já que “não têm nada a esconder”. Entretanto, nenhuma delas fornece a senha de suas redes sociais.

No fundo, não é uma questão individual, a vigilância é uma forma de poder. Assim como a arquitetura das prisões, em que o panóptico, local que possibilitava observar a todos sem que ninguém visse, e assim, dominá-los, como aponta Michel Foucault em Vigiar e Punir.

“E para se exercer, esse poder deve adquirir o instrumento para uma vigilância permanente, exaustiva, onipresente, capaz de tornar tudo visível, mas com a condição de se tornar ela mesma invisível”, afirma Foucault.

O domínio dos Estados Unidos vai muito além da vigilância.

A política externa estadunidense se aproveitou da vulnerabilidade dos governos do Oriente Médio para a extração de recursos naturais, como o petróleo e gás natural. Além disso, também por perspectivas econômicas, deu apoio a regimes ditatoriais, como o caso do Egito e da Líbia.

EUA, colonização e Oriente Médio

Atualidades sobre o Oriente Médio

Segundo o livro Pangeia – Fragmentos da guerra da Síria no Brasil, os Estados Unidos aderem a uma postura moderna de colonização. Ou seja, ao invés de se utilizarem de ocupações militares, como nas colônias, eles se utilizam das ciências avançadas, econômicas e políticas.

O país construiu sua hegemonia como potência econômica na Segunda Guerra Mundial e na Guerra Fria. Como exemplo, o petróleo é cotado e vendido por dólares americanos. E é a partir dele que a economia mundial se estabiliza.

Tendo outros países como aliados, a China e os Estados Unidos disputam os recursos do Oriente Médio. O primeiro representando o socialismo, e o segundo, o capitalismo. No passado, a região foi colonizada, repartida à régua, como espólios da França e Reino Unido.

Segundo o dicionário, terrorismo é:

Modo de impor a vontade pelo uso sistemático do terror; emprego sistemático de violência para fins político, prática de atentados e destruições por grupos cujo objetivo é a desorganização da sociedade existente e a tomada do poder.

Então, por que as colonizações, que no passado, em busca de domínio, destruíam povos, saqueavam nações, e se apossavam de seus recursos naturais em busca de poder nunca foram vistos como vilões pela história, tampouco como terroristas?

A situação na Síria

 

Atualidades sobre a Guerra da Síria

Na atual situação de guerra da Síria, os grupos terroristas são a Jhabat al-Nusra, um abraço da Al Qaeda (que é do Afeganistão) e o Estado Islâmico.

Este último é formado por muçulmanos sunitas. Ele começou no Iraque, depois da invasão norte-americana, como oposição ao governo xiita que possui alianças com os Estados Unidos.

Veja um vídeo de apenas 5 minutos sobre o Estado Islâmico:

Eles entram no país, em maior parte, através da Turquia. Os grupos têm aparências específicas que possibilitam identifica-los, o que é possível fazer também a partir das armas que usam.

A região da Síria é rica em petróleo e gás-natural, além disso, dá acesso ao Canal de Suez, principal região portuária entre o Ocidente e o Oriente Médio.

Por isso, é muito visada economicamente. Como é o último país da região fechado ao ocidente por acordo com o governo socialista Russo, a desorganização social do local é favorável aos interesses ocidentais.

O livro Pangeia aponta para relatos de refugiados sírios que viveram a guerra, muitos grupos extremistas portavam armas somente fabricadas nos Estados Unidos, a M16.

Como o governo do país é fechado ao ocidente e apoiado pela Rússia, que lhes dá armamento, a existência de tais armas denota que ocidente é um dos responsáveis pelo fornecimento de armas.

Múltiplos terrorismos

Terrorismo e atualidades para concurso

É importante salientar que não se pode desmerecer as atrocidades cometidas pelos grupos extremistas do Oriente Médio, mas é necessário notar que as ações de violência e terrorismo não se restringem a um grupo.

Por exemplo, grupos de extrema direita na Alemanha são responsáveis por atos de ódio a refugiados em comunidades e campos de refúgio. Segundo o Estudo Condições na Alemanha – 2002 e 2011 – Universidade de Bielefeld e Fundação Friedrich Ebert, os eventos vêm crescendo rapidamente, 24 foram registrados em 2012, 58 em 2013 e 175 em 2014.

Os atos são motivados pelo que os pesquisadores chamaram de Síndrome de Inimizade com Foco em Grupos, cujos sintomas são: pensamentos negativos contra certo grupo, tendência a subjugar minorias (em geral) e justificativa de atitudes extremas, como violência física e até desejo de morte dos “inimigos”.

Em 13 de novembro de 2015, uma série de atentados terroristas ocorreu em Paris, e Saint-Denis, na França, por membros do Estado Islâmico.  Os ataques foram compostos por fuzilamentos em massa, explosões, atentados suicidas e uso de reféns.

A tragédia causou comoção mundial. Entretanto, o estereótipo do muçulmano como terrorista motivou, no mesmo período, atos de ódio contra refugiados do Oriente Médio na França (vale salientar: que nada tinham a ver com a ação terrorista).

Alguns indivíduos foram violentados, e até comunidades foram incendiadas, muitos chegaram a perder suas casas. Os atos não tiveram repercussão na mídia.

Aliás, a própria repercussão na mídia, quando é feita em qualquer caso de atentado terrorista ou violento, utiliza-se de um discurso de espetacularização.

A informação em tempo real não nos traz conhecimento e profundidade sobre os assuntos, mas se restringe à repercussão de milhares de imagens de impactos e informações viciadas.

Nesse cenário, os discursos se voltam para apontar os vilões e os heróis, os culpados e as vítimas, reforçando a figura do outro como inimigo, e impossibilitando que os cenários sejam alterados.

A visão do outro, impossibilitada de empatia, é a mesma que encobre os atos pelo quais há comoção, a noção do inimigo comum fundamenta a guerra e a barbárie.

Assim, quando me comovo de forma seletiva com alguma violência, estou perpetuando, a partir da ideologia do meu discurso, a violência. Enquanto usamos de viralização de imagens para uma comoção cênica que nos alivie a consciência.

O reconhecimento de pertencer a um grupo é fundamental em diversos âmbitos individuais e coletivos. “Pertencer” a uma comunidade nos assegura um local emocional, cultural, de raiz e de reconhecimento.

Ao passo que essa noção de pertencimento nos dá um local, também nos exige participação e responsabilidade, o que assegura a própria existência da comunidade.

Materialmente, o reconhecimento vem através da noção de familiaridade, gestos, costumes, traços. Mas o que fundamenta a noção do “eu” não é somente aquilo a que ele se funda, mas também ao que serve de contraposição, o outro.

O problema é quando o reconhecimento do “pertencer” passa a estar vinculado à empatia, pois daí o outro passar a ser o inimigo, a figura oposta que ameaça o meu grupo.

De forma relativa, percebemos nossa identificação com o Ocidente, proporcionando que não façamos uma autoanálise dos crimes terroristas – que de fato são absurdos – também como consequência pós-colonial, em que estamos inseridos e na qual somos agentes.

O extremismo vinculado na palavra é também fonte de violência.

O livro Pangeia aponta o fato de que vários estudiosos do Oriente Médio afirmam que todo muçulmano é fundamentalista, ou seja, ser muçulmano está diretamente ligado ao fanatismo religioso.

A deturpação da figura do muçulmano reforça o medo, a visão do outro como inimigo, e possibilita, assim como no caso do World Trade Center e da vigilância, que sistemas de poderes se reforcem.

A seletividade discursiva nos impede de apontarmos os responsáveis pelos eventos. A espetacularização dos eventos, a narrativa maniqueísta de herói/vilão nos impede de vermos como os nossos discursos estão inseridos nos eventos políticos que parecem distantes de nós.

Em um cenário mundial, caminhamos, ainda que cegamente e da pior forma, para percebemos que aquele que me é diferente sou eu mesmo, às vezes mais do que aquele no qual me enxergo.

A empatia, em sua essência, jamais seria seletiva, pois não é a busca do “eu” no “outro”, mas do “outro” em mim. Assim, não precisa do auto reconhecimento como pressuposto.

Alguns links de atualidades para aprofundar este tema

O que aprendemos neste artigo

Hoje nos aprofundamos nos temas terrorismo e Oriente Médio na área de atualidades para concurso. Vimos muitos detalhes que envolvem esse fenômeno nos últimos anos.

Analisamos questões geopolíticas, culturais e econômicas que envolvem a questão do terrorismo e a relação do Ocidente (principalmente os EUA) com o Oriente Médio.

Agora preciso de você!

Chegado o fim do texto, peço que você deixe um comentário dizendo o que achou deste artigo. Pra mim é fundamental ter sua opinião através de um comentário.

Essa é a grande alegria que tenho publicando conteúdo aqui no Segredos de Concurso.

Faço questão de ler cada comentário, e leio na primeira oportunidade que surge.

Até a próxima!

😉

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