Atualidades para Concurso 2017: a política no mundo

Atualidades para Concurso - Política

Atualidades é um dos temas mais importantes no estudo para um concurso público – o tipo de conteúdo que cada vez mais vem sendo exigido pelas diversas bancas de concursos municipais, estaduais e federais Brasil afora. Veja alguns motivos para você estudar atualidades para o seu concurso:

  • Atualidades estão presentes em todas as disciplinas de um concurso, pois as questões costumam contextualizar seu conhecimento com fatos da vida real;
  • Atualidades é essencial para escrever boas redações, pois lhe dará mais poder de argumentação;
  • Grande parte dos concursos cobram especificamente questões de atualidades, prevendo como uma disciplina no edital do concurso;
  • Estudando atualidades você amplia sua capacidade interpretativa de textos, algo fundamental nas provas de Língua Portuguesa.

Apesar dessa importância da disciplina de atualidades, ainda vejo muitos candidatos ignorando a matéria, deixando passar, assim, uma boa fonte de acertos na prova.

Por isso resolvi fazer um especial aqui no Segredos de Concurso, tratando de atualidades nos mais diversos temas para você se informar e tornar-se mais competitivo no seu concurso. Começamos com o tema “A Política no Mundo” – com foco principalmente nos Estados Unidos. Em breve, mais artigos, aprofundando este e outros temas de atualidades, serão publicados.

Vamos lá…

O Governo Barack Obama nos EUA

Barack Obama

Inicialmente, falemos sobre o Governo Barack Obama nos Estados Unidos, uma boa referência para iniciar nosso “curso” de atualidades.

As eleições para presidente dos EUA, em 2012, foram marcadas pela vitória do democrata Barack Obama. A disputa era entre ele e o ex-governador de Massachusetts, o republicano Mitt Romney. Obama foi o primeiro candidato negro a chegar à presidência, nos Estados Unidos, tendo sido o mais votado também pela população negra do país, em um de seus discursos, afirmou: “Escolhi disputar a Presidência neste momento histórico porque acredito profundamente que não podemos resolver os desafios de nossa era a não ser que o façamos juntos, a não ser que aperfeiçoemos nossa união ao compreender que, embora nossas histórias pessoais possam diferir, temos esperanças comuns”.

O discurso de Barack Obama era o da inclusão, reafirmado por sua própria imagem. O presidente estreitou as relações com Cuba, conseguiu aprovar a reforma da saúde no Congresso, o Obamacare, também chamado de “Affordable Care Act”, que expande os benefícios de saúde pelas pessoas afetadas pelo desemprego (Obama foi reeleito com uma taxa altíssima de desempregados no país). Apesar de o país ser referência com potencial mundial, era o país industrializado do hemisfério norte em que milhares de cidadãos não tinham acesso ao sistema universal de saúde.

O governo Obama também foi marcado por políticas de inclusão a afrodescendentes e por melhorias no seguro-desemprego. Além das políticas, moralmente, o fato de se ter um presidente negro incentivou a população negra a retomar os estudos, aumentando os números dos inseridos no sistema educacional, e a permanência nas escolas.

Em 2009, Barack Obama ganhou o Nobel da Paz, pelo desarmamento nuclear e por seu trabalho pela paz mundial, também por seus “esforços extraordinários” para fortalecer a diplomacia internacional e a cooperação entre os povos. Segundo Thobjoern Jagland, presidente do Comitê Nobel da Noruega: “O comitê deu muita importância à visão e aos esforços de Obama na perspectiva de um mundo sem armas nucleares”.

Entretanto, as políticas intervencionistas dos EUA no Oriente Médio continuaram com Obama. Seguiu-se a invasão, liderada por Bush, no Afeganistão. Drones e mísseis norte-americanos no país causaram a morte de milhares de civis, em zonas rurais. Em 2009, mais 30 mil soldados foram adicionados ao exército norte-americano no país, somando 100 mil. O país tem políticas neocolonialistas que usam de violência e intervenção militar em todo o Oriente Médio, matando pessoas e desestabilizando governos em busca dos recursos naturais da região.

“As intervenções estadunidenses no Oriente Médio foram realizadas sob a bandeira da libertação dos povos árabes.”

As intervenções estadunidenses no Oriente Médio foram realizadas sob a bandeira da libertação dos povos árabes, de forma prepotente, o que denota a noção de superioridade do Ocidente, supostamente capaz de interferir no processo democrático das regiões. Esta é uma lógica falaciosa, que serve para disfarçar os interesses políticos e econômicos que o Oriente Médio representa para a potência. O que aconteceu no Egito, no Líbano, Iraque (e Irã), na Líbia e, agora, na Síria, não é resultado de disputas religiosas, e sim do grande jogo de dominação e exploração ditado pelo capitalismo ocidental.

O Governo de Donald Trump nos EUA

Atualidades: Donald Trump

Em 2016, a eleição presidencial estadunidense ficou dividida entre o republicano Donald Trump e a democrata Hillary Clinton. Apesar de ter perdido no voto popular, 59.923.027 votos para Hillary e 59.692.974 votos para Trump, ele venceu por colégios eleitorais, 306 a 232.

Em oposição à figura de Obama, Trump tem uma postura e um discurso de exclusão de negros, mulheres, imigrantes e outras minorias. Donald Trump é um bilionário, atua como empresário, investidor, é presidente do conglomerado The Trump Organization e fundador da Trump Entertainmet Resorts. Além disso, é uma personalidade da mídia norte-americana.

Trump fez declarações absurdas como: mesquitas nos EUA deveriam ser vigiadas e que todo muçulmano deve ser vigiado e ser alvo das leis antiterrorismo, disse que as mulheres devem ser julgadas pela aparência e que o limite da idade, para elas, é de 35 anos, que os Estados Unidos devem usar afogamento como método interrogatório, que um muro enorme deveria ser erguido entre os EUA e o México, que pretende deportar 11 milhões de imigrantes ilegais, que o movimento em defesa de negros vítimas da polícia é exagerado, entre outras. Além disso, promove políticas neoliberais brutas, com isenções ficais para os ricos, e maior desregulamentação.

A figura extrema de Trump fez com que diversas pessoas, pelo mundo, apoiassem a candidatura de Hillary Clinton. Mas para Slavoj Žižek, teórico, psicanalista e filósofo, se ela tivesse ganhado as eleições, o cenário seria mais catastrófico. Ele afirma: “Trump é evidentemente “pior” na medida em que promete uma guinada à direita e encena uma degradação da moralidade pública; no entanto, enquanto ele ao menos promete uma mudança Hilary também é a “pior” na medida em que faz com que não mudar nada pareça desejável. Diante de tal escolha, não devemos nos desesperar e escolher o “pior” que significa mudança – ainda que seja uma mudança perigosa, ela abre espaço para uma mudança diferente e mais autêntica. A questão, portanto, não é votar em Trump – não só não se deve votar para um verme como ele, como não se deve sequer participar em tais eleições. O ponto é abordar o problema de maneira fria e fazer o seguinte exercício de pensamento: a vitória de quem seria melhor para o destino de um projeto emancipatório radical, a de Clinton ou a de Trump?”.

“Para Žižek, a vitória de Hillary representaria o perigo de uma terceira guerra mundial”

Para Žižek, a vitória de Hillary representaria o perigo de uma terceira guerra mundial: “A vitória de Hillary é a vitória de um status quo ofuscado pela perspectiva de uma nova guerra mundial (e Hillary é definitivamente uma típica guerreira fria democrata), um status quo de uma situação em que gradual, mas inevitavelmente deslizamos para catástrofes ecológicas, econômicas e humanitárias, entre outras”.

Guerra Fria, Rússia e EUA no mundo atual

Atualidades: Rússia e EUA

No livro “O que o Tio Sam realmente quer”, Noam Chomsky aponta para um documento de estratégia do Departamento de Estado, em 1948, escrito por Kennan que “era um dos mais inteligentes e lúcidos estrategistas dos EUA e uma das mais importantes personalidades na configuração do mundo pós-guerra”, o documento diz: “Nós temos cerca de 50% da riqueza mundial, mas somente 6,3% de sua população… Nesta situação, não podemos deixar de ser alvo de inveja e ressentimento. Nossa verdadeira tarefa, na próxima fase, é planejar um padrão de relações que nos permitirá manter esta posição de desigualdade… Para agir assim, teremos de dispensar todo sentimentalismo e devaneio; nossa atenção deve concentrar-se em toda parte, em nossos objetivos nacionais imediatos… Precisamos parar de falar de vagos e… irreais objetivos, tais como direitos humanos, elevação do padrão de vida e democratização. Não está longe o dia em que teremos de lidar com conceitos de poder direto. Então, quanto menos impedidos formos por slogans idealistas, melhor.”

Chomsky ainda aponta para o fato de que o documento era secreto, as autoridades falavam entre si, logo para a população direta, os “slogans idealistas” ainda eram necessários, e ainda são. Tanto os do Obama, quanto os do Trump. A análise do autor ainda afirma: “Tais políticas não começaram com liberais pós-guerra como Kennan. Há trinta anos, o secretário de Estado de Woodrow Wilson já havia declarado que o significado prático da Doutrina Monroe levava em conta que “os Estados Unidos consideram seus próprios interesses. A integridade das outras nações americanas é um mero acidente, não um fim”. Wilson, o grande apóstolo da autodeterminação, concordou que o argumento era “irrefutável”, embora fosse “apolítico” apresentá-lo publicamente.”

A segurança nacional era a maior preocupação dos Estados Unidos. No contexto de Guerra Fria, Kennan chegou a afirmar: “não é a força militar russa que nos está ameaçando, e sim a força política russa”. Para os soviéticos, as ações na Guerra Fria foram repetidas intervenções na Europa Oriental: Berlim Oriental, Budapeste, Praga. A invasão do Afeganistão é a única exceção nesta rota. Já para os EUA, as intervenções eram feitas no mundo todo, refletindo seu status de primeira potência verdadeiramente global da história.

Chomsky sintetiza o cenário: “Numa avaliação crítica, portanto, a Guerra Fria foi uma espécie de acordo tácito entre a União Soviética e os Estados Unidos, sob o qual os EUA conduziram suas guerras contra o Terceiro Mundo e controlaram seus aliados na Europa, enquanto os governantes soviéticos mantiveram com garras de aço seu próprio império interno e seus satélites na Europa Oriental – cada lado utilizando o outro para justificar a repressão e a violência em seu própria domínio.”.

Na década de 1970, os gastos militares da União Soviética estavam acima do limite. Além disso, a estagnação econômica e as pressões pelo fim do regime tirânico deixaram a potência soviética mais vulnerável. Assim, a Guerra Fria terminou com o ganho daquele país que já era de fato o mais forte, os Estados Unidos.

O fim da guerra foi marcado pela invasão no Panamá, e pela liberdade dos EUA em estender seu domínio mundial sem as amarras e os empecilhos soviéticos. “Entretanto, se esta fase singular terminou, os conflitos Norte – Sul continuam. Um dos lados pode ter se retirado do jogo, mas os EUA procedem como antes – na realidade mais livremente – com obstáculo soviético sendo uma coisa do passado. Não deve ter surpreendido ninguém que George Bush comemorasse o fim simbólico da Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim, invadindo imediatamente o Panamá e anunciando aos quatro ventos que os EUA subverteriam a eleição na Nicarágua, mantendo o estrangulamento econômico e o ataque militar, a menos que o “nosso lado” ganhasse.”, explica Chomsky.

Segundo o autor, as ocupações por parte dos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra Mundial, foram antidemocráticas. A reconstrução pelos europeus teve sucesso e, graças a União Europeia, o continente é pacífico. “Mas os Estados Unidos continuam envolvidos com a Europa. Agora, através da OTAN, está patrulhando as fronteiras da União Europeia e assumindo certa liderança na crise dos refugiados. Também arca com uma parte muito grande dos custos, de forma que os europeus muitas vezes se abstêm de desenvolver suas próprias políticas de defesa, porque os Estados Unidos estão aí para cuidar desse tema.”

“Em relação às políticas exteriores e à crise refugiados, esta como consequência pós-colonial, a União Europeia e os EUA se mostram com a mesma postura de intervenção militar e xenofobia”

Em relação às políticas exteriores e à crise refugiados, esta como consequência pós-colonial, a União Europeia e os EUA se mostram com a mesma postura de intervenção militar e xenofobia. Assim como o que os Estados Unidos fazem com o México e a América Latina, a União Europeia faz com o Oriente Médio.

Obama é o presidente que mais expulsou imigrantes indocumentados. E Trump promete expulsar aqueles que ainda estão lá. Em relação ao refúgio, a Convenção de 1951 que define o que é refúgio sequer foi assinada pelos EUA. Ou seja, enquanto investem em intervenções no Oriente Médio sob o discurso de “quererem implantar uma democracia”, sequer reconhecem a premissa que possibilitaria desenvolver políticas de acolhimento humano.

O Direito Internacional expressa, em relação ao refúgio, o princípio da não-devolução que prevê que o refugiado não pode ser devolvido ao território onde sua vida ou liberdade estarão em risco. O princípio também afirma que o país de acolhimento é responsável pelo imigrante que chega e que comprova ser refugiado, ou seja, prova ser perseguido pelo país de origem. A solução da União Europeia, então, foi de não deixar sequer que essas pessoas chegassem vivas à costa.

“Documentos vazados pelo WikiLeaks apontam o plano de intervenção militar, aprovado pelos 28 países da União Europeia no dia 18 de maio de 2015, que visa as destruições dos barcos que venham da Líbia pelo Mediterrâneo. Ângela Merkel, chanceler alemã, afirmou que se deve fazer “todo o possível para impedir mais mortes perante a porta de nossa casa, a Europa”. Mas, ao que parece, a preocupação não está nas mortes, mas no lugar em que ocorrem.”, afirma o livro Pangeia – Fragmentos da guerra da Síria no Brasil.

Quando as fronteiras europeias foram fechadas aos refugiados africanos, causando milhares de mortes, Fatou Diome, escritora senegalesa, afirmou em um canal de TV francês: “O dinheiro gasto no Frontex4 poderia ter sido usado para salvar pessoas. Mas eles esperaram as pessoas morrerem antes, quase como se ‘deixar morrer’ fosse uma ferramenta de dissuasão.”.

Apesar de não vivermos em um cenário de guerra mundial, a política internacional dos países mantém as mesmas práticas, agora apenas de forma velada. Já chegou o dia em que, como afirmou Kennan, sob a égide do humano, “teremos de lidar com conceitos de poder direto”.

Alguns links de atualidades para aprofundar este tema

O que aprendemos neste artigo

Hoje iniciamos nosso especial de atualidades para concurso. O primeiro tema abordado foi a Política no Mundo, com foco nos Estados Unidos da América.

Pudemos ver detalhes do Governo Obama, do Governo Trump e da Relação dos EUA com outros países do mundo, em especial a Rússia (antiga União Soviética).

Agora preciso de você!

Este é nosso primeiro material de atualidades para concurso. Por isso, gostaria muito que você dissesse o que está achando desse conteúdo, para que possamos ajustar de acordo com as necessidades.

Deixe um comentário manifestando sua opinião. Faço questão de ler todos eles, e respondo na primeira oportunidade que tenho.

Até a próxima!

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